Projeto Todas as Cores do Pequeno Cotolengo reúne mais de 140 Assistidos na criação de telas, esculturas e composições, que usam diversas técnicas e movimentos artísticos.
O projeto “Todas as Cores do Pequeno Cotolengo” é uma iniciativa que estimula os Assistidos a se expressarem dentro da arte. “É uma nova forma de nos conectar com o universo e as mentes das pessoas com deficiência”, explica a diretora, Alessandra Marquete. Ao todo, mais de 2 mil pessoas passaram pelas exposições, realizadas na UP Experience, Instituto Paranaense de Cegos (IPC), Sesi Boqueirão e no Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo.
São 140 artistas, que em sua maioria, não conseguem se comunicar de forma verbal, e têm nesse projeto, uma oportunidade de mostrar o que pensam, através de pinceladas, cores, esculturas e até mesmo colocando as mãos na tinta. Todos os participantes são alunos da Escola Pequeno Cotolengo, que atende exclusivamente os Assistidos da Organização.
“Por que o nome ‘Todas as Cores’? Porque aqui temos pessoas com deficiências em diversos graus e níveis de atendimento, supervisão e orientação, e esse projeto em especial, possibilita com que nossos Assistidos com múltiplas deficiências se expressem através das obras, mostrando o que sentem e pensam”, explica Alessandra, diretora geral do projeto.
Ao longo de um ano, os alunos participaram de cinco oficinas, envolvendo materiais, métodos, experiências e composições diferentes. Um processo que desenvolve habilidades motoras, sensoriais, visuais, sensibilidade e percepções táteis, além de estimular a criatividade. Todas as técnicas foram adaptadas para que fosse possível a execução, respeitando as individualidades e aptidões de cada aluno.
O diretor técnico, Dr Tiago Kuchnir, explica que essa é uma ótima forma de levar ao público esse outro lado das pessoas com múltiplas deficiências e da Organização. “Nos últimos anos o Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo se especializou muito na área da saúde, sempre buscando melhoria na qualidade de vida dos Assistidos. Quando falamos de arte, entendemos que isso é algo que ajuda no dia a dia, fortalece a capacidade de expressão deles, de se comunicarem com a gente, muitos deles não conseguem verbalizar o que estão sentindo, e vão fazer isso através da arte”, explica.
As obras retratam aspectos do cotidiano, que podem ser observados pelos alunos, como a mudança das estações, as cores que se alteram na paisagem e também os sentimentos que cada um desses momentos traz, como a melancolia do inverno, a agitação do verão, além de trabalhar com cores quentes e frias nas cinco oficinas: pintura sobre MDF, pintura sobre tela, desenho bidimensional e tridimensional e arte em gesso.
“Nossa exposição vai conversar com os sentidos, a ideia é ser bastante interativa. Teremos obras que estimulam o contato, que a pessoa toque na peça, vamos trabalhar com estímulos, cheiros, barulhos e tudo que traga esse mergulho no mundo do Todas as Cores”, conta Alessandra.
Os alunos puderam se expressar por meio de movimentos artísticos inspirados no seu dia a dia, como o próprio realismo, figurativismo e impressionismo, ou em obras que lembram os movimentos abstratos e expressionistas
O Ministério da Cultura e o Pequeno Cotolengo do Paraná, apresentam o Projeto Todas as Cores do Pequeno Cotolengo, que conta com o patrocínio das empresas Greca Asfaltos, Cimentos Itambé, Durli Logística, Fertipar, Guararapes Painéis, Posto da Cidade Industrial e Tic Transportes, captado através da Lei de Incentivo à Cultura, PRONAC 221137 e apoio da UP Experience.